Mauricio Barreto recebe Medalha Nacional do Mérito Científico
Imagem: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
Quando a nova gestão foi eleita, em outubro de 2022, Mauricio Barreto estava em Seattle, onde participou da abertura de um congresso. Mas ali ele não sonhava que, passados pouco mais de sete meses da mudança de governo, receberia das mãos do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, e da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a Medalha Nacional do Mérito Científico. Por sua contribuição à ciência e tecnologia, o pesquisador e coordenador geral do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) foi um dos homenageados na classe de comendador, em cerimônia ocorrida na manhã desta quarta-feira (12/07), no Palácio do Planalto.
A honraria marca a vida do médico, Ph.D. em epidemiologia pela University of London e pesquisador sênior da Fiocruz, que destacou a importância da Ordem como mecanismo de reconhecimento à atividade científica no país. “Ter ganho a Medalha da Ordem tem uma importância pessoal, da trajetória como pesquisador ter isso reconhecido. Mas eu queria enfatizar o momento, eu acho que o momento foi extremamente importante e oportuno. Porque, com o novo governo Lula, se inicia e se retoma, de forma intensa, a atividade científica no país. A Medalha, a solenidade e o contexto em que essa Medalha aconteceu, sem dúvida nenhuma, foram únicos o que tornou, simbolicamente, ainda mais importante a recepção dela”, ressaltou Mauricio.
Durante seu pronunciamento, o presidente da República destacou a importância da Ciência para o desenvolvimento e o futuro do país. “Somos uma nação muito grande, temos desafios demais e não podemos nunca acreditar que teremos alguma chance de futuro sem a Ciência e os cientistas. Foi por meio da Ciência que conseguimos os nossos maiores feitos, que transcendem a academia e os laboratórios e se fazem presentes na saúde, na indústria, no campo e no dia a dia de cada pessoa desse país”, afirmou.
Lula lembrou ainda o papel desempenhado pelos institutos de pesquisa brasileiros no combate à pandemia de Covid-19. “Se não fossem os nossos institutos de pesquisas, se não tivéssemos uma Fiocruz ou um Butantan, a pandemia de Covid-19 teria sido ainda mais severa com as vidas de nossa população. A verdade é que a Ciência é aliada da vida e do desenvolvimento e é nesse momento histórico que ela se faz mais necessária para o futuro do Brasil”, ressaltou.
A solenidade marcou, ainda, a retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), órgão de assessoramento da Presidência que teve a última reunião realizada em agosto de 2018, além da assinatura do decreto que convocou a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, prevista para o primeiro semestre de 2024.
Homenagem
A comunidade do Cidacs/Fiocruz Bahia esteve engajada, na manhã desta quarta-feira, dia 12 de julho, para acompanhar a transmissão da cerimônia. “Estou emocionada que a Ciência voltou e temos um prêmio tão importante para homenagear os nossos cientistas brasileiros. Maurício é o nosso orgulho entre os agraciados: vindo do interior da Bahia, professor durante toda a sua vida, comprometido com a Ciência e com a Saúde Pública”, comemorou a vice coordenadora do Centro, Maria Yury Ichihara.
Há duas classes de membros, grã-cruz e comendador. No processo de escolha, a Ordem seleciona cientistas com contribuição relevante à ciência e tecnologia nas seguintes áreas: ciências (biológicas, físicas, agrárias, da terra, química, matemática, sociais e humanas e tecnológicas) e engenharias.
A cerimônia também representou um gesto de reparação por conta da revogação da honraria à médica sanitarista Adele Benzaken e ao infectologista Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda pela gestão anterior, em 2021. Em repúdio, 21 outros cientistas renunciaram à indicação na época e estes também foram agraciados na solenidade.
Fonte: CIDACS (publicado em 12.06.2023)