Transformar números em qualidade de vida para a população

Centro inova ao transformar os dados que já são coletados rotineiramente ao longo dos anos

 

No tabuleiro do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) você encontra tecnologias complexas, como soluções em Segurança de Informação, pesquisadores estrangeiros e investimento financeiro robusto. Além de formar cientistas de dados que consigam navegar pela dinamicidade e complexidade de se fazer pesquisa de um modo que nunca tinha sido feito antes, o Cidacs  precisa manter um ambiente de alta capacidade computacional de modo a processar as análises com fluidez e preservando a privacidade e segurança da informação. 


O Centro inova ao transformar os dados que já são coletados rotineiramente ao longo dos anos pela própria gestão pública em bases de dados cientificamente analisáveis, gerando escala e precisão inéditas até então. Ajuda também o fato de o Brasil ter condições únicas: um ecossistema de informação com muitos dados, uma das maiores populações do mundo e um sistema de saúde público universal. 


O coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto, ressalta a sinergia em torno dos projetos desenvolvidos pela instituição. “Só chegamos até aqui porque nos articulamos e tivemos parceiros que entenderam nossas potencialidades e nos permitiram esse crescimento”. Achados inovadores, focados principalmente no impacto das questões sociais e econômicas, na redução da pobreza, nas desigualdades sociais e na saúde são focos do Centro, que desenvolve estudos em que pesquisadores vão coletando dados de uma determinada população ao longo dos anos para identificar associações entre um fator, como o acesso aos serviços de saúde, e um desfecho, como uma doença. 


Em pouco mais de cinco anos de existência, o Centro já produziu conhecimento de impacto publicado em mais de 70 artigos, ajudou a construir um artigo da Lei Geral de Proteção à Dados (LGPD), passou de financiado a parceiro de dados em financiamentos da Fundação Bill e Melinda Gates e elaborou ferramentas para medir privação e desigualdades para guiar os formuladores de políticas públicas. Outra importante iniciativa foi a criação da Rede CoVida, que se tornou referência para a sociedade em informações sobre a pandemia por Covid-19. 


O Cidacs é tido como exemplo na área que atua, de modo a ter sua experiência compartilhada com os integrantes do próprio governo federal, além de outros países cuja maioria da população tem baixa e média renda. Atualmente são mais de 25 projetos conduzidos pelos seus pesquisadores, com outros quatro em vias de implementação. “É impressionante ver o quanto o Cidacs já produziu e cresceu, por isso, fico envaidecida por este Centro pertencer a Fiocruz. É bom saber que vocês fazem parte do IGM”, disse Marilda Gonçalves, diretora do Instituto Gonçalo Moniz, Fiocruz Bahia.


A unidade vem despertando interesse do mundo científico ao conduzir pesquisas em saúde pública que quebram as barreiras da ciência estabelecida a partir de uma mistura do jeito que o baiano gosta: mentes brilhantes de diferentes áreas do conhecimento, estímulo à inovação e muita criatividade.

Fonte: Jornal A Tarde (caderno publicado em 17.09.2022)